Poesias



  

                              Inquietação                                        
Se eu não soubesse tudo que tens passado
Se não soubesse o que sentes e como sentes
Se eu não conhecesse o motivo de cada friso nesta testa
E o que te faz esbravejar e sair assim desse jeitinho
Batendo as portas, contrariada com tudo e todos.
Que nem um porquinho espinho não se deixando tocar.
Achas mesmo que não te entendo?
É justamente por conhecer e entender teus motivos que eu relevo.
Ah! Se eu não conhecesse tanto...
Mas será que estou mesmo certa?
Serão estes os motivos?
Que estão causando-te tanta apoquentação e inquietação?
Tu cabeça baixa semblante fechado
Escondendo a beleza de teu sorriso
Cobrindo-o com um ranço.
Será??
Só me faltava essa duvida agora.

Ah! Meu Deus,meu Deus!
 

                                                         Espairecer as idéias.

Que de a concentração? Meus pensamentos estão dispersos... Preciso trazer um pouco de leveza, airar minha mente, retemperar o ânimo. Esse peso refletido me sufoca, como luzes num espelho reproduzidas. Reação, maus reflexos de acontecimentos e humores, de um corpo em outro. Estou me contaminando, tenho que redirecionar tudo isso. Nem um livro impactante desvia esse foco. Ah!Esse desassossego, essa ansiedade, essa saudades de umas boas gargalhadas, de um riso solto daqueles da barriga doer. Saudade de ver rostos alegres...Falta da descontração de um aperto de mão de um abraço, saudade de empapar-me de alegria, de um afago, um regalo. Estou precisando mesmo de uma injeção de adrenalina para ativar essa tal endorfina.

                                                                                           Marilda Corrêa.


 








Uma estação apaixonante.


Chega o outono despe de suas vestes a natureza
As folhas secas e pétalas caídas espalham-se pelo chão.
Nua, nostálgica encerra obediente um ciclo.
Dócil e confiante entrega-se
Pois sabe que trazes nas tuas paisagens de tom ocre e nas carícias de teus ventos
O beijo da esperança da ressurreição o renascer da vida nova.

                                                                             Marilda Corrêa.
























Meu Pai meu velho amigo

È dia dos pais
A emoção me envolve
Recordo...
Teu rosto cansado,
Teus cabelos branquinhos
O olhar fixo e marcante
Teu sorriso que me iluminava
Mãos que sempre acolhem
Recordo...
Teu lado doce e teu pulso firme
Tua presença marcante
Mostrando o caminho
Teu abraço apertado
Tua voz que pela casa
Ecoava em melodias
O som que tiravas do violão
Lembranças...
De um verdadeiro amigo
Gotas de saudades
Emolduraram-se em minha face
Nesta fria madrugada
Como criança...
Seco o rosto com as mãos
Saudades paizinho.

                               Marilda Corrêa


 















 



                                                               
                                                                                                   Marilda Corrêa.



 Hoje eu quero falar

Hoje quero falar dos meus medos
Meus anseios e desejos
Hoje quero falar do que gosto
E de que gosto
Hoje eu quero falar
Simplesmente sim
Ou simplesmente não
Hoje eu quero falar
Sem tentar maquiar
Aceitar só para agradar
Hoje eu quero falar
Ser o que sou
Me dar o direito de encher
A boca dizendo um “não”
Hoje eu quero falar
O que me completa
Não fazer coisas por fazer
Mas fazer com prazer
Hoje eu quero falar
Quero minha identidade
Ser eu "eu" em essência
Em verdade e nada mais
Hoje eu quero falar
Falar de amor, de aceitação
Falar de perdão
Hoje eu quero falar
De Deus...
Agradecer o casulo
A dor, as noites insones
As lágrimas sofridas
O amor o consolo
Os carinhos sua presença
Sempre constante
Hoje eu quero falar
Deste amor incondicional
Hoje eu quero falar
Rasgar o véu
Abrir as asas voar... Voar... Alto... Alto....
Muito alto... Romper as nuvens
Adentrar ao céu.
Hoje eu quero falar
E escrevendo realizo-me
Por isso deixem-me falar
Hoje eu só quero falar.
                                                

                                                                      


                     
                                
                                                               Assim leve e livre sou. 
Meu pensamento é livre
E assim vou tecendo
Em palavras o que sinto
E o tecer assim me faz leve
Abranda a febre de meu sentir
Escrever para mim é terapia
É meu divã...
Escrever é manter minha mente sã
É dom que me sacia
sou como ostra...Criando perolas
Sou águia ...
Voando livremente no ar
Sou livre como vento
Escrevendo meu momento
Sou leve...
Sou livre a poetar. 
                                                                            

                                                                                                                      

                                                                 O mar e o rochedo

                                         
Como na briga do mar
com o rochedo quem se arrebenta
sempre é o marisco.
Aqui tô eu mulher que ama
arrebentada por dentro.
Depois de toda agitação,
fico aqui quase a explodir
querendo lançar
asas de liberdade,
sem rastro deixar
entre o céu e o mar.
Sozinha,triste em minha
casquinha,no meu habitat,
me confortam minhas poesias.
Fico olhando o mar e o rochedo
sentido o vento que sopra
agora levemente,quase como
um sussurro e vou...
Vislumbrando toda paisagem,
vou assim tentando acalmar-me
deixando cicatrizar as feridas
provocadas na relação
pelo soprar forte do vento .
Mas não tem jeito sou assim:
Como marisco eternamente
presa entre a razão e o coração               
entre o mar e o rochedo.
                                 
                                                                                   



  

                                                                      







                                                                                           


        
 





                               

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